Eu a Linda e os cães caminhando
Acordamos de manhã e percebemos que a chuva na madrugada foi forte, pois tudo estava molhado e o quintal cheio de folhas, foi chuva com vento, mesmo assim resolvemos caminhar no nosso pântano, saborear o colorido das flores, o cheiro da mata molhada e visitar o jardim para contemplar as flores novas, que surgem todos os dias.
Fred e Petra já estavam na porta querendo café, cachorros safados, bagunceiros e muito inteligentes, estão sempre atentos a tudo que acontece e se acham alguma coisa estranha, eles correm e latem para chamar a nossa atenção.
A linda estava com muita preguiça de levantar então a empurrei para fora da cama, ela agarrou nas cobertas, mas não teve jeito, caiu da cama com as cobertas e falou:
- Assim não vale!
Ela pulou em cima de mim e lutamos ferozmente no nosso campo de luta para ver quem mandava no território e ela conseguiu me derrubar, só que levei as cobertas comigo e ela resolveu levantar, não teve jeito, só que correu atrás de mim com o travesseiro.
Armada não vale!
Eu fiz um café gostoso e coloquei um pouco com pãezinhos para os cachorros enquanto ela tomava banho, depois saí da casa e apreciei o ar puro, mas estava frio e úmido, pois acabara de chover, mas o céu estava limpando, não vai chover mais, vamos caminhar no pântano e passear um pouquinho.
O quintal estava forrado de folhas e flores das árvores formando um cenário colorido, uma obra feita pela chuva e pelo vento, que tanto desenham esse quadro natural lindo como desenham quadros cruéis sem compaixão, quadros de terror e morte com formato assustador e um deles estava próximo, era só observar e ver a árvore caída, derrubada pela força da arte da chuva e do vento.
A Linda veio com um copo de café na mão e falou:
-Nossa! A chuva derrubou a árvore.
Caminhamos até a árvore e ficamos admirados com o poder da natureza, pois a árvore era grande. – Vamos passear Linda! Depois a gente ajeita a árvore e usa a madeira na lareira. Vem! Vamos ver o jardim.
Seguimos abraçados e olhando as flores, mesmo após a forte chuva continuavam lindas e perfumadas atraindo as abelhas.
De repente os cachorros começaram a latir e fomos ver o que era?
Ao chegar, nós encontramos um ninho com dois ovinhos caídos da árvore. Os ovos estavam intactos, então resolvemos recolocá-lo no galho da árvore, para serem chocados pela mãe.
Nós subimos na árvore com o ninho na mão e recolocamos no mesmo lugar de origem. No momento em que estávamos colocando um grande sabiá de peito vermelho ficou próxima de nós, curiosa e interessada nos seus ovinhos, colocamos no galho e saímos, deixando-a cuidar do seu ninho, mas todos os dias nós voltávamos curiosos à árvore querendo ver os filhotes. Eles nasceram e nós acompanhamos o crescimento deles até voarem para a liberdade no nosso pântano, que é mais deles do que nosso.
Nós cortamos os galhos da árvore que caiu, ajeitando a arquitetura do nosso quintal e plantamos outra no lugar com muito amor, pois se a chuva e o vento destroem, o amor constrói. Ela vai ser uma linda árvore.
Todos os dias, nós caminhamos no meio das árvores, que mudam a paisagem para agradar nossos olhos, pois elas nos amam, os cães correm no meio delas brincando e fazendo bagunça. Quando chegamos à cachoeira, eu joguei os cães na água e a Linda danada me empurrou. Nem falo o que aconteceu, mas eu pego ela na próxima.
Paulo Alvarenga