quarta-feira, 12 de agosto de 2009

A menina flor


A menina flor

Eu estava em uma cidade chamada Westweeck, caminhando a horas em uma chuva torrencial, tão forte que eu não conseguia enxergar o caminho na escuridão da noite.

A enxurrada estava muito forte e o caminho coberto de lama, para melhor caminhar, eu aproveitava o clarão dos relâmpagos e a chuva ficava mais forte, tornando impossível continuar caminhando.

Eu encostei-me a umas pedras e me acomodei entre elas, me protegendo da chuva forte, iluminado pelo clarão dos relâmpagos.

Em baixo das pedras, eu percebi pingos de água no meu braço, coloquei a língua e percebi que as gotas eram bem doces. Eu fiquei curioso e tentei olhar para fora, mas não consegui, pois a chuva estava muito forte, mas no clarão dos relâmpagos, percebi uma grande flor sobre a pedra.

De repente uma menina pulou da pedra no meio da chuva forte toda molhada e pediu ajuda, para se proteger.

Eu dei um espaço para ela, que entrou e se acomodou, encostando-se em mim para aquecer o seu corpo. Eu tirei a minha jaqueta de couro e coloquei nela para aquecê-la e ela dormiu profundamente.

O tempo passa e eu tento ficar acordado para protegê-la, mas não consigo, estou muito cansado e durmo ao lado dela.

No outro dia, eu acordei e vi que o sol estava forte. A garota não estava do meu lado. Ela teria ido embora ou foi um sonho?

Eu permaneci parado e pensando nela, mas onde está a minha jaqueta de couro? Será que ela levou embora? Levantei devagar, olhei em cima da pedra e tive uma surpresa, pois em cima da pedra tinha uma grande flor e nela estava vestida a minha jaqueta de couro.

Eu me aproximei dela e vi que era uma grande flor dourada e linda. Tirei a minha jaqueta dela e percebi que caiam gotas sobre a pedra, como se fossem lágrimas pedindo-me para ficar.

Caminhei em volta da pedra para partir e percebi que a flor me seguia, como se estivesse me olhando e se despedindo de mim, depois fui embora.

Não consegui ficar longe dela e voltei para vê-la, mas ela não estava lá, então eu sentei sobre a pedra e fiquei meditando.

Quando eu olhei entre as pedras, ela estava no mesmo lugar, que eu havia me escondido da chuva. Ela estava procurando o meu carinho.

O meu coração bateu forte, eu fiquei tão feliz, que corri, a peguei no colo e levei comigo para cuidar dela com carinho, na esperança que aquela flor um dia volte a se transformar na menina flor.

Zip...Zip...Zip...ZzipperR
Paulo Alvarenga

terça-feira, 11 de agosto de 2009

Observando...Voando...


Peguei-a em minhas mãos e olhei nos olhos dela, enquanto ela estava em minhas mãos eu sentia o seu carinho, mas quando abri as mãos ela voou abrindo as asas e voando alto, mas eu não sei voar e apenas observo o seu vôo, querendo voar com ela. Agora abro as mãos a espera dela, esperando que ela pouse e eu possa sentí-la novamente, enquanto isso observo ela voando e voando nas alturas sem poder tocá-la..

sábado, 8 de agosto de 2009

No mundo louco do amor


No mundo louco do amor

Eu estava sentado na varanda olhando a grande árvore de flores amarelas toda enfeitada, como se fosse a uma festa no pântano do amor. Suas flores nos tons dourados atraem não só os meus olhos, como também pássaros, borboletas, abelhas e insetos variados. Da varanda sou atraído pelo seu perfume trazido pelo vento, além das suas belas flores que voam enfeitando o nosso jardim.

Você chega por trás, tapa os meus olhos, vai pertinho do meu ouvido e pergunta bem baixinho com uma voz carinhosa que chega a arrepiar:

- Adivinha quem é?

- A voz não é estranha, mas preciso de mais detalhes. Me ajuda!

Ela mordeu a minha orelha e fez:

- ZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzz

- Você me arrepiou! Eu conheço esse zumbido, ele não sai da minha cabeça e essa ferroada na orelha dói. Eu acho que vai inchar!

Você me apertou e encostou o seu rosto no meu, deslizando suave e com carinho. Eu cheguei a ouvir e sentir a sua respiração de desejo e falei:

- Eu conheço essa respiração ofegante de desejo e pelo zumbido deve ser uma grande abelhinha voando sobre a sua flor e não satisfeita pousou, querendo sentir a pele macia da flor, passear na sua pele, saborear o doce da flor e sair carregada com o seu pólen, toda lambuzada e feliz com o pólen e o cheiro da flor do amor.

As mãos descem pelo meu rosto caminhando lentas e suaves pelo meu corpo, me abraçando forte e derrubando seus cabelos sobre mim. A grande abelha aos poucos vai dominando a flor e deixando ela mais doce, sendo capaz de sentir o cheiro do seu mel.

A grande flor agarra a abelha como se fosse uma planta carnívora e a coloca pousada em seu colo, onde ela se ajeita para receber carinho. Com beijos melados a grande abelha vai sugando o mel da flor, não ficando satisfeita com pouco e querendo cada vez mais mel.

Sentindo que vai ser capturada, a abelha tenta voar e fugir, mas é segura e envolvida pela flor, que a agarra e devora com seus lábios macios, dando a abelha um prazer imenso de ser devorada.

Depois de muito namorar saímos correndo e brincando, você girava e dançava com seu vestido branco e eu dançando agarrado a você entre as flores vermelhas do jardim. Nós corremos pulando, dançando e cantando felizes até escurecer, depois voltamos, sentamos na varanda e ficamos olhando a lua cheia com seus segredos e conversando durante horas, no silêncio e envolvidos pela escuridão da noite.

Acabamos adormecendo na varanda do pântano, como dois loucos perdidos no mundo do amor.

Paulo Alvarenga

terça-feira, 4 de agosto de 2009

Olhando nos seus olhos


Olhando nos seus olhos

Cheguei ao pântano correndo e não te encontrei, procurei por toda a casa e nada, então resolvi procurar no jardim, pois você poderia estar cuidando das flores. Naquele momento eu estava sedento e carente precisando de você, mas ultimamente andamos distantes e sem rumo, não encontrando os braços e abraços do outro.

Saí da casa pela varanda caminhando para o jardim e quando olhei para a cachoeira, avistei você sobre a grande pedra. Parei e a fiquei observando por uns momentos, o vento balançava o seu vestido dando forma ao seu corpo e agitando os seus cabelos lindos. Olhando com mais atenção percebi que você estava apreciando a brisa com os braços levantados, mas você estava distante, pois nem percebeu a minha presença.

Eu caminhei pelo jardim colhendo uma rosa para você, mas não te chamei, evitei quebrar o seu momento de meditação e subi na grande pedra me aproximando de você, tão perto que avistava os seus olhos castanhos, que pareciam me ver, mas não viam, pois seu olhar estava distante, então sentei e fiquei observando.

Olhando nos seus olhos, eles pareciam olhar para mim, mas não olhavam e eu fiquei imaginando para onde você estaria olhando? O que você estaria vendo? E imaginei como o nosso mundo estava distante, mas continuei olhando para os seus olhos distantes e pensei:

“Um mundo tão lindo com tantas árvores, frutas, pássaros, cachoeira, carinho. Tantos detalhes criados por nós e não conseguimos caminhar juntos. Quando estamos no nosso mundo, por incrível que pareça, sempre estamos sozinhos.”

Desisti de esperar você me ver e tentei chamar a sua atenção, tentando te trazer para mim, mas não consegui, por mais que tento, não consigo mais ter você perto de mim, não consigo mais pegá-la no colo, não consigo mais sentir o seu cheiro feminino, o máximo que consigo é olhar os seus olhos castanhos.

Eu levantei e corri, para te pegar e cair nas águas da cachoeira com você, mas quando saltei, eu caí sozinho, pois você estava distante. De tanto sentir a sua falta no nosso mundo, eu fico imaginando você em vários lugares, talvez por que não sei viver sem seu carinho, mas faz tanto tempo que não caminhamos juntos no nosso mundo, que talvez nem saibamos mais como é o carinho do outro.

Eu caí na água, olhei para a grande pedra e você continuava lá, no mesmo lugar apreciando a brisa fresca flutuando nos seus cabelos e me deixando feliz, pois sinto você perto de mim.

De repente você olhou para baixo e me viu nadando na cachoeira, tirou o vestido, deixou sobre a pedra e saltou na cachoeira caindo na água perto de mim, mergulhando e nadando em minha direção enquanto eu observava coquinhos maduros caindo na água.

Você se aproximou e agarrou nas minhas costas, cruzando as pernas na minha barriga e eu falei:

- Pssssssssssssssssssss! Fica quietinha e olha no pé de coqueiro, bem no cacho de coquinhos maduros. Olha um casal de tucanos fuçando no cacho de coquinhos. Vamos olhar mais de perto! Eu caminhei na água com ela nas costas e chegamos embaixo do coqueiro, caia coquinhos na nossa cabeça e eu falei:

- Fotografe com os olhos e guarde na memória que eles são lindos. Eles pararam! Notaram a nossa presença. Segura a respiração que vamos brincar de jacaré e afundar na água. Afundei e nadei com ela nas costas até a margem, saindo da água com ela nas costas agarradinha em mim e caindo com ela na grama, de onde ficamos olhando os tucanos no cacho de coquinhos e enquanto ela observava as aves, eu olhava os seus lindos olhos castanhos, que nem piscavam de felicidade.

Paulo Alvarenga

domingo, 2 de agosto de 2009

Adeus pântano




Adeus Pântano


Um homem cheio de cicatrizes, chega no pântano e vê tudo abandonado, não tem mais flores, a grande árvore secou e a casa está tomada pela natureza. Ele abre a porta e vê que nasceu uma árvore na cozinha, olha para um galho e está a coruja pousada lá.
Ele sorri e fala:

- Até que enfim você voltou. Eu também voltei, com as marcas do passado, mas voltei. Sabe coruja! Eu vou te contar o que aconteceu aqui.

Foi assim: A tarde estava linda e eu fui cuidar das flores, elas eram tão lindas, coloridas, perfumadas, carinhosas e tinham o cheiro do amor. Eu ficava horas ali do lado delas, dando amor, regando e feliz com a beleza delas.

A noite estava chegando e levando a luz embora, uma luz tão carinhosa e quentinha, eu queria ficar um pouco sentado nela, sentindo aquela luz no rosto. A grande árvore já estava quase sem flores, não via mais o ninho do beija a flor, eu acho que ele tinha ido embora, igual você coruja. Pensei: Assim eu vou acabar sozinho, sem ninguém do meu lado para conversar.

Todo aquele cenário maravilhoso me deu vontade de correr e fui correr, correr, correr e não parava de correr.

Enquanto eu corria entre as flores, eu sentia um olhar felino me perseguindo. Corri para o pomar e o olhar me seguia, passei no meio dos pés de frutas, pelo pé de Juá e entrei no bosque, saindo atrás da cachoeira, sentindo que alguma coisa iria me pegar, ela estava preparando o seu bote.

Desci pelas pedras, entrei na casa correndo e fechei a porta, com medo do que estava lá fora. As horas passaram, escureceu e a noite trouxe a solidão ao pântano. Eu estava ouvindo música, quando ouvi um barulho na varanda, pensei que era você coruja, que tinha voltado para mim e sai para vê-la.

Quando cheguei na varanda e olhei para cima, fui atacado por uma onça, com um golpe certeiro, não consegui reagir, não tive chance, apenas caí no chão da varanda, tremendo e com medo dela, que não teve piedade, veio e cravou seus dentes no meu peito, a dor foi profunda, doeu na alma. Ela me arrastava e a minha mão ia em uma linha sinuosa, como se quisesse escrever alguma coisa, eu fiquei com medo dela machucar a minha mão e eu não conseguir mais escrever.

Ela me arrastava para o escuro, rasgando a minha pele com a sua garra. Pensei que ela ia me devorar, mas não, ela me largou no escuro e foi embora. Eu me arrastei até a casa, sangrando muito e desorientado, fechei a porta, fiquei ali me recuperando do susto e fui embora.


Agora estou de volta para ver como está o pântano e encontro você coruja. Que bom! Fiquei feliz.

Sabe coruja! - Eu pensei que ela tinha apenas deixado cicatrizes, mas percebi que ela devorou parte do meu coração, agora não sou mais o mesmo, não paro de pensar nela.

Vem! Senta do meu lado, eu quero ver o pântano da varanda, pois ele é lindo de qualquer forma....

Paulo Alvarenga

sábado, 1 de agosto de 2009

Esperando um beijo


Esperando um beijo

Acordei assustado pensando que a tinha perdido, mas quando a vi dormindo e sonhando ao meu lado, me senti aliviado, olhando a sua boca linda esperando um beijo meu.

Encostei a minha boca na dela sentindo o doce dos seus lábios e percebi os seus olhos abrirem. Ao me ver, ela sorriu deixando os seus lábios mais apetitosos, num olhar tão próximo que nossos olhos quase se tocavam e ela piscou para mim, num toque de amor.

Ela agarrou a minha cabeça e levou ao seu peito quente, num gesto de carinho que me fez acomodar em seu seio aconchegante, descansando no compasso das batidas do seu coração, que batia forte abastecido pelo fluído do amor. Um combustível tão forte, que as vezes faz o corpo tremer de desejo.

Ela é linda, carinhosa e feminina.

Escorrego o meu rosto pelo relevo do seu seio quente e subo a minha boca até o pico do desejo, no seio da vida, fonte de vida é a minha Linda pedindo amor e desejosa para amar.

Subo até o seu rosto, deslizando o meu rosto ao dela, sentindo sua face queimando de prazer e escorregando até a boca suavemente e nesse momento em que olho para ela novamente, ela fala:

- Estou esperando o seu beijo.

Beijei e ela me agarrou feito louca sedenta por amor e sabendo que é a dona do meu carinho. O desejo era tão grande que me senti sufocado e confesso que naquele momento quase morri de amor e tudo isso porque ela estava ansiosa e esperando um beijo meu.

O dia estava frio e a cama quente quase pegando fogo com o calor dos nossos corpos e o corpo dela ardendo de desejo. Que gostoso!

Agora vou aproveitar e beijar, pois ela está esperando o meu beijo.

Paulo Alvarenga

sexta-feira, 31 de julho de 2009

Eu, a Linda e os câes caminhando


Eu a Linda e os cães caminhando

Acordamos de manhã e percebemos que a chuva na madrugada foi forte, pois tudo estava molhado e o quintal cheio de folhas, foi chuva com vento, mesmo assim resolvemos caminhar no nosso pântano, saborear o colorido das flores, o cheiro da mata molhada e visitar o jardim para contemplar as flores novas, que surgem todos os dias.

Fred e Petra já estavam na porta querendo café, cachorros safados, bagunceiros e muito inteligentes, estão sempre atentos a tudo que acontece e se acham alguma coisa estranha, eles correm e latem para chamar a nossa atenção.

A linda estava com muita preguiça de levantar então a empurrei para fora da cama, ela agarrou nas cobertas, mas não teve jeito, caiu da cama com as cobertas e falou:

- Assim não vale!

Ela pulou em cima de mim e lutamos ferozmente no nosso campo de luta para ver quem mandava no território e ela conseguiu me derrubar, só que levei as cobertas comigo e ela resolveu levantar, não teve jeito, só que correu atrás de mim com o travesseiro.

Armada não vale!

Eu fiz um café gostoso e coloquei um pouco com pãezinhos para os cachorros enquanto ela tomava banho, depois saí da casa e apreciei o ar puro, mas estava frio e úmido, pois acabara de chover, mas o céu estava limpando, não vai chover mais, vamos caminhar no pântano e passear um pouquinho.

O quintal estava forrado de folhas e flores das árvores formando um cenário colorido, uma obra feita pela chuva e pelo vento, que tanto desenham esse quadro natural lindo como desenham quadros cruéis sem compaixão, quadros de terror e morte com formato assustador e um deles estava próximo, era só observar e ver a árvore caída, derrubada pela força da arte da chuva e do vento.

A Linda veio com um copo de café na mão e falou:

-Nossa! A chuva derrubou a árvore.

Caminhamos até a árvore e ficamos admirados com o poder da natureza, pois a árvore era grande. – Vamos passear Linda! Depois a gente ajeita a árvore e usa a madeira na lareira. Vem! Vamos ver o jardim.

Seguimos abraçados e olhando as flores, mesmo após a forte chuva continuavam lindas e perfumadas atraindo as abelhas.

De repente os cachorros começaram a latir e fomos ver o que era?

Ao chegar, nós encontramos um ninho com dois ovinhos caídos da árvore. Os ovos estavam intactos, então resolvemos recolocá-lo no galho da árvore, para serem chocados pela mãe.

Nós subimos na árvore com o ninho na mão e recolocamos no mesmo lugar de origem. No momento em que estávamos colocando um grande sabiá de peito vermelho ficou próxima de nós, curiosa e interessada nos seus ovinhos, colocamos no galho e saímos, deixando-a cuidar do seu ninho, mas todos os dias nós voltávamos curiosos à árvore querendo ver os filhotes. Eles nasceram e nós acompanhamos o crescimento deles até voarem para a liberdade no nosso pântano, que é mais deles do que nosso.

Nós cortamos os galhos da árvore que caiu, ajeitando a arquitetura do nosso quintal e plantamos outra no lugar com muito amor, pois se a chuva e o vento destroem, o amor constrói. Ela vai ser uma linda árvore.

Todos os dias, nós caminhamos no meio das árvores, que mudam a paisagem para agradar nossos olhos, pois elas nos amam, os cães correm no meio delas brincando e fazendo bagunça. Quando chegamos à cachoeira, eu joguei os cães na água e a Linda danada me empurrou. Nem falo o que aconteceu, mas eu pego ela na próxima.

Paulo Alvarenga

quarta-feira, 29 de julho de 2009

O sonhador


O sonhador

Hei! Vem para o meu sonho.

Pensar em sonho é tão difícil quanto pensar no amor, chego a ficar em duvidas, quando as pessoas falam em sonhos.

Quer sonhar? Vamos sonhar. Hummm! Como é bom sonhar que está correndo sob as árvores, chutando suas folhas caídas, correndo e gritando com toda a força, para aliviar os desejos da alma.

Se querer e ter objetivos é sonhar, não quero sonhar. Meu sonho é voar como se tivesse asas, voar na imaginação com todos aqueles que sonham como eu.

Agora vocês me dão licença, que eu vou sonhar, vou atravessar a barreira da realidade, vou saltar na imaginação de corpo e alma, nela encontro pessoas que jamais encontraria, meu sonho é tão real que sinto a presença deles, toco neles e escuto o que eles têm a me dizer, às vezes nem quero que vão embora, pois sei que jamais os verei de novo.

No sonho abro o meu coração, sonho com a amada, escuto suas palavras de amor, sinto o seu corpo, seu beijo gostoso e sua felicidade de partilhar aquele sonho comigo, mas nem sempre é feliz, no sonho também sofro decepções e acabo abandonado.

Não sei se sonhar é viajar ou vagar no inconsciente, só sei que é um mergulho no irreal, um passeio no imaginário. Nele eu chego a ver a minha deusa do meu lado, ela fala em meu ouvido, chega a contar os seus segredos, depois sorri e diz que também me ama. Ela está aqui, eu sei que está, eu pego na mão dela e corremos nas nuvens.

Não quero mais voltar, só quero sonhar, como é bom sonhar, sonho que sou um beija a flor, sonho que sou um ursinho, chego a sonhar que sou um urubu, só para voar bem alto, o mais alto que puder, quero ver tudo bem pequeno, se quiser posso até chegar ao céu, não tem limites o meu vôo.

Como sonhar é gostoso. Por que existe a realidade? Por que não posso sonhar para sempre?

Não quero a realidade vou voltar para o sonho.

Encontro uma garota que também é sonhadora, que chega com seu lindo vestido branco, olho para ela, dou um sorriso e digo:

- Não quero branco e pinto o vestido e o cabelo dela de azul. Nós saímos correndo e riscando tudo de azul, corremos riscando a rua e começamos a voar riscando também o céu, seus cabelos compridos flutuam com o vento, nossos riscos têm o formato de um grande coração com uma flecha fincada no meio.

Olho para ela e não quero mais azul, pinto o vestido e o cabelo dela de amarelo, saímos correndo entre as flores, chegando até uma grande árvore perto do mar, dali vemos um lindo arco íris, corremos sobre o mar e subimos no arco íris, chegando lá em cima, nós damos um mergulho rasante e muito veloz, querendo sentir a água fria.

Nós saímos da água, eu olho para ela e não quero mais amarelo, eu pinto o vestido e o cabelo dela de vermelho. Saímos correndo nos amando como loucos, colorindo todo o caminho de vermelho e deixando o perfume do amor, onde passamos o cheiro do amor, atrai amor e tudo e todos se transformam e só querem amor e amar.

O dia está acabando, eu olho para ela e não quero mais vermelho, pinto o seu vestido e o seu cabelo de preto. Saímos correndo e assustando todo mundo num sonho assustador, chega a virar pesadelo, mas não paramos e continuamos correndo no escuro, iluminados pela lua cheia, num céu estrelado e lindo.

Estou muito cansado e não consigo mais sonhar. Ela vai embora com seu lindo vestido preto e me deixa ali jogado na realidade. Eu não quero a realidade, eu quero sonhar e não volto mais...

Paulo Alvarenga


terça-feira, 28 de julho de 2009

Um sonhador contador de histórias


Venha para o meu mundo mágico e faça dele o seu mundo também...Bjs