sábado, 8 de agosto de 2009

No mundo louco do amor


No mundo louco do amor

Eu estava sentado na varanda olhando a grande árvore de flores amarelas toda enfeitada, como se fosse a uma festa no pântano do amor. Suas flores nos tons dourados atraem não só os meus olhos, como também pássaros, borboletas, abelhas e insetos variados. Da varanda sou atraído pelo seu perfume trazido pelo vento, além das suas belas flores que voam enfeitando o nosso jardim.

Você chega por trás, tapa os meus olhos, vai pertinho do meu ouvido e pergunta bem baixinho com uma voz carinhosa que chega a arrepiar:

- Adivinha quem é?

- A voz não é estranha, mas preciso de mais detalhes. Me ajuda!

Ela mordeu a minha orelha e fez:

- ZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzz

- Você me arrepiou! Eu conheço esse zumbido, ele não sai da minha cabeça e essa ferroada na orelha dói. Eu acho que vai inchar!

Você me apertou e encostou o seu rosto no meu, deslizando suave e com carinho. Eu cheguei a ouvir e sentir a sua respiração de desejo e falei:

- Eu conheço essa respiração ofegante de desejo e pelo zumbido deve ser uma grande abelhinha voando sobre a sua flor e não satisfeita pousou, querendo sentir a pele macia da flor, passear na sua pele, saborear o doce da flor e sair carregada com o seu pólen, toda lambuzada e feliz com o pólen e o cheiro da flor do amor.

As mãos descem pelo meu rosto caminhando lentas e suaves pelo meu corpo, me abraçando forte e derrubando seus cabelos sobre mim. A grande abelha aos poucos vai dominando a flor e deixando ela mais doce, sendo capaz de sentir o cheiro do seu mel.

A grande flor agarra a abelha como se fosse uma planta carnívora e a coloca pousada em seu colo, onde ela se ajeita para receber carinho. Com beijos melados a grande abelha vai sugando o mel da flor, não ficando satisfeita com pouco e querendo cada vez mais mel.

Sentindo que vai ser capturada, a abelha tenta voar e fugir, mas é segura e envolvida pela flor, que a agarra e devora com seus lábios macios, dando a abelha um prazer imenso de ser devorada.

Depois de muito namorar saímos correndo e brincando, você girava e dançava com seu vestido branco e eu dançando agarrado a você entre as flores vermelhas do jardim. Nós corremos pulando, dançando e cantando felizes até escurecer, depois voltamos, sentamos na varanda e ficamos olhando a lua cheia com seus segredos e conversando durante horas, no silêncio e envolvidos pela escuridão da noite.

Acabamos adormecendo na varanda do pântano, como dois loucos perdidos no mundo do amor.

Paulo Alvarenga

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